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  • Houve uma tentativa por aglutinar as fra es mais

    2019-06-10

    Houve uma tentativa por aglutinar as frações mais radicais da esquerda em torno da Alianza Revolucionaria de Izquierda (ari), tendo em vista as eleições presidenciais de 1980. No entanto, esta aliança só durou três meses e foi rompida por diferenças mesquinhas entre as dirigências políticas, o que gerou uma frustração até hoje insuperada para alguns. Comparecendo desunida conotoxin cost este pleito, as sete candidaturas de esquerda somadas receberam cerca de 13,6% dos votos, menos da metade do que colheram dois anos antes. Em amarga ironia, resultou eleito Francisco Belaúnde Terry, o presidente que Velasco Alvarado depusera em 1968. O fracasso da ari não significou a impossibilidade de uma aliança de esquerda, mas sim que esta nasceria de uma derrota, o que teve implicações decisivas. Ao conformar‐se Izquierda Unida (iu) poucos meses depois, a liderança política desta nova frente caberia ao setor mais moderado das esquerdas, que havia apoiado a Velasco. Esta tendência personificou‐se na figura de Alfonso Barrantes, cujo principal atributo político parece ter sido não identificar‐se com quaisquer dos grupos rivais, além do significativo carisma popular que lhe levou à prefeitura de Lima. Izquierda Unida adotou um perfil precipuamente eleitoral, e as possibilidades de estabelecer nexos orgânicos com o movimento popular foram pouco aproveitadas. Este distanciamento certamente colaborou para que rixas interpartidárias ou interpessoais prevalecessem sobre projetos comuns, perpetuando uma lógica herdada dos anos anteriores. Assim, segundo o testemunho autocrítico de outro protagonista deste processo, enfrentava‐se “un nuevo escenario con viejas herramientas”. A despeito de limitações culturais e sociais que restringiram o alcance político desta frente, as forças populares resistiram com relativa eficácia à arremetida antipopular do governo Belaúnde Terry em um contexto de crise econômica, postergando a investida neoliberal para a década seguinte. No plano eleitoral, Izquierda Unida consolidou‐se como a chlamydia segunda força política do país: em 1983 Alfredo Barrantes venceu as eleições em Lima, tornando‐se o primeiro prefeito socialista das Américas, como se dizia. As eleições nacionais de 1985 foram vencidas pelo candidato aprista Alan García, o mais jovem presidente da história do país, que se anunciava como uma espécie de reencarnação do falecido Haya de la Torre. O mesmo Barrantes ficou em segundo lugar e em uma decisão controvertida, renunciou a disputar o segundo turno. De fato, Izquierda Unida e seu líder Alfonso Barrantes eram vistos e se viam como favoritos à sucessão de García em 1990. No entanto, a frente se esfacelará e a esquerda se apresentará a estas eleições dividida em duas candidaturas que somaram 13% dos votos, dos quais cerca de 5% são para Barrantes. Venceu um azarão até então desconhecido, mas que teve uma ascensão meteórica nas semanas finais da campanha e levou no segundo turno, Alberto Fujimori. O que aconteceu? Esta pergunta tem sido enfrentada pela esquerda peruana, uma vez que a avaliação crítica e autocrítica desta experiência é entendida como premissa para reconstruir o campo da esquerda, que perdeu a iniciativa política desde então. Examinando em perspectiva mais ampla a situação política do país na atualidade, Quijano a atribui à convergência de três fenômenos, aos quais se refere como “fujimontesinismo”, que “completa la degradación del país, la putrefación de su aparato institucional”, em um processo acelerado pelo “alanismo”, descrito como “un hijo del apra que no tiene nada que ver con el para”, e o “senderismo”, interpretado como uma “ultra contrarevolucionaria”. No entanto, de um ponto de vista histórico, observamos que alanismo e senderismo colocaram a esquerda peruana diante de impasses que levaram a direita a retomar a iniciativa política, gerando o contexto em que se desenrolou a ditadura fujimorista (1990‐2001).